A oração é a acupuntura da alma

A oração é a acupuntura da alma

UMA PAUSA PARA REFLEXÃO

O cotidiano do trabalho é efervescente, e nem sempre nos traz a harmonia interna como resultado. Hoje é comum, no mundo do trabalho, o aparecimento de doenças mentais, e são elas que mais afastam os brasileiros das suas atividades. A depressão lidera as 10 principais causas de incapacidade ao trabalho. Estudos mostram que 48,5% dos trabalhadores que se afastam por mais de 15 dias de serviço padecem de algum tipo de doença mental.

Não pretendo entrar no mérito das causas e nem das consequências. Este texto não tem esta finalidade. O que importa mesmo é que em meus treinamentos e palestras tenho conversado com pessoas que demonstram muita tristeza e angústia pela vida e revelam não ver muito mais sentido naquilo que fazem. Talvez, perderam o entusiasmo e a paixão em prosseguir, por alguma razão muito pessoal (que pode estar ligada ao trabalho ou não). Eu recomendo sempre: independentemente de procurar terapia, use da terapia da oração e peça orientações a Deus. E, ressalto: não se trata de apologia religiosa, pois não interessa, nem a mim e nem a você, o culto que praticamos. É pura reflexão apenas… e também absoluta realidade.

(O trecho a seguir é parte do meu novo livro, que lançarei… não sei quando nem onde. Aguarde!)

Sempre que quiser, converse com Deus, e não apenas quando precisar. E, pelo menos para mim, Deus é uma força suprema e divina, e eu não consigo simbolizá-lo simplesmente como sendo uma imagem com as características que estamos acostumados a visualizar, consciente ou inconscientemente. Vejo-o, sim, como uma luz contendo energia, de forma que posso compartilhar dessa luz quando conecto os meus pensamentos a ela. Não sou dessas pessoas que ficam imaginando um Deus único para vontades e necessidades exclusivas e pessoais. Penso Nele como meio e não como fim, para pôr luz no meu caminho quando tudo parece não fazer mais sentido algum.

Tenho aprendido no percorrer da minha vida que ir a Deus é pôr-se com serenidadehumildade e propósito junto a Ele. Aserenidade como forma de estabelecer conectividade, pura e isenta de lamentações, as quais, na maioria das vezes, têm causas fincadas na nossa própria impertinência e falta de bom senso. A humildade, como respeito, nos moldes de um filho que busca orientações junto ao seu pai, e que nesse momento especial quer receber orientações para refletir sobre o quanto se é vulnerável. O propósito, como forma de direcionar os pensamentos somente naquilo que é importante para o momento.

Ir a Deus é inquestionavelmente um ato de resignação e coragem, onde esses três atributos acabam por gerar também um forte compromisso de mudanças dali para frente, pois, afinal, na orientação e ajuda que tanto desejamos está implícita a busca por um novo comportamento, um outro olhar para a vida de maneira como talvez jamais tenhamos experimentado. É uma experiência maravilhosa de reflexão da alma sobre todos os aspectos, e não me refiro a tornar essa experiência uma busca incessante a todo e qualquer momento – cada pessoa há que fazer a sua parte também.

A conexão com Deus traz um profundo estado de harmonia com o universo, somente comparado a uma felicidade quando se auxilia uma pessoa necessitada e, essencialmente, quando o coração é tocado por um sentimento de compaixão e desapego. E não poderia ser diferente, já que Ele está representado em cada um de nós. Esses momentos não precisam (e nem devem) ser raros na vida de quem quer seja, uma vez que a vida nos oferece milhares de oportunidades para servir ao próximo e a todo o momento. Desperdiçar esses momentos seria o mesmo que ir a Deus sem crer na sua existência.

Não crie um Deus para você, mas aproveite aquele que é único para todos nós; peça sempre para todos os seres deste planeta, mesmo que o seu pedido pareça fazer sentido apenas para você naquele instante – é impossível que em algum lugar, nessa imensidão da Terra, não exista alguém precisando solucionar a mesma questão que lhe traz essa inquietação momentânea. Procure, também, não achar que você está sendo injustiçado, porque você e eu sabemos que não é isso. E, nesse pormenor, o que sabemos é que nada sabemos, não é mesmo? Nesse campo transcendente, não suponha saber qualquer coisa, por mais bem preparado que julgue estar, apenas creia, e isso já é o bastante.

Agradeça sempre por tudo que conseguir com a benesse que lhe for consignada. É isso mesmo, essa benesse é consignada (é de se esperar uma contrapartida), pois você acabou por gerar uma ação cuja reação e consequências são de sua total responsabilidade. E quem vai cobrar isto de você é a sua própria consciência em algum momento da vida, creia nisso também. Ao ser atendido nas suas aflições, jamais esqueça que Ele confiou em você e espera que isso seja um grande incentivo para a sua mudança de atitudes e posturas, doravante. O compromisso com Deus se dá unicamente, creio eu, pelo comportamento que deveríamos adotar após a sua intervenção em nossas vidas. Pense, nesse momento, que a prova que lhe foi confiada serviu basicamente para você avaliar a sua conduta, especialmente em relação aos aspectos de ganância, individualismo, orgulho e vaidade, malefícios esses que talvez você não tenha se apercebido da sua coexistência junto ao seu jeito de ser.

Combater esses malefícios torna-se, portanto, uma prioridade frente ao compromisso com Ele. Uma conversa sensata com Deus, eu estou convencido, deve ser franca em sua totalidade; não apele muito para o emocional, nem tente ser o suficientemente racional. Diga aquilo que o aflige, apenas isso. Não omita partes imaginando que isto vai passar despercebido, porque não vai mesmo – não seja ingênuo a esse ponto, e tampouco desonesto com quem lhe concebeu a vida. Use de franqueza e peça aquilo que está mais para a busca de harmonia interna do que para a satisfação de necessidades materiais. Ore sempre, isto é um bálsamo e uma verdadeira acupuntura para a alma.

Receber luz em momentos de aflição para harmonizar os pensamentos, e receber orientações para direcionar as ações necessárias, já é uma grande dádiva, pois muitas vezes as respostas para as nossas questões estão bem junto de nós, porém estão embotadas pela nossa aflição e angústia por querer vê-las solucionadas rapidamente. E o pior cego é aquele que enxerga mas não vê. Não exija pressa de respostas para as suas perguntas, elas virão na hora certa, nem antes nem depois. A vida é sabedoria divina pura, como também é o corpo humano como prova absoluta da existência do seu Criador. E se você achar que não foi atendido de alguma forma, reveja o seu pedido e a forma como você o fez. Talvez a resposta já tenha chegado e você não se apercebeu da sutileza da medida da dose que lhe coube nesse momento. Fique atento… e, principalmente, fique com Deus!

AUTOR: CARLOS MINA – consultor, palestrante e escritor (imprima e divulgue, se desejar, mas não omita a fonte).

Dúvidas? Fale Conosco

Entre em contato por E-mail